O vídeo de uma festa junina em uma casa noturna de Campos
Novos, repercutiu nas redes sociais neste domingo (4). As
imagens mostram um evento com show de uma dupla sertaneja e pessoas em pé, sem
máscara e sem distanciamento, assistindo à apresentação em um espaço utilizado
como pista de dança.
A publicação foi divulgada no Instagram pelo perfil
Brasilfedecovid, que denuncia eventos e festas que promovem aglomeração durante
a pandemia de Covid-19 no país.
A festa ocorreu na casa de eventos NHouse e reuniu cerca de
300 pessoas, segundo o estabelecimento.
A região Meio-Oeste, onde fica Campos Novos, passou neste sábado do nível
gravíssimo (vermelho) para grave (laranja) no mapa de risco para Covid-19 em
SC. Nesta classificação, o atual decreto prevê o limite de ocupação de até 150
pessoas para casas noturnas, boates, casas de shows e estabelecimentos do
gênero, que também devem funcionar no horário das 6h às 23h.
Todos os convidados devem estar sentados e o acesso a
pistas de dança é proibido. As atrações musicais também devem ter no máximo
dois integrantes - no vídeo, é possível ver ao menos três pessoas no palco.
A postagem no Instagram citou a conta do prefeito de Campos
Novos, Silvio Alexandre Zancanaro. Ele não respondeu à publicação, mas
procurado pela reportagem do Diário Catarinense, confirmou que o evento ocorreu
e que tinha autorização prévia, desde que respeitasse o atual decreto do
governo do Estado.
– A gente recebeu vídeo e constatou infelizmente que não se
cumpriu à risca o que está estabelecido no decreto. Conversamos com o delegado
e o capitão da PM para esta semana acionar os responsáveis e tomar as
providências que forem necessárias – afirmou.
“Ou é isso ou é fechar as portas”, diz
proprietária
A proprietária da NHouse, Júlia Muller, confirmou à
reportagem a realização do evento, disse que não houve montagem de pista de
dança e que os convidados teriam passado por controle de temperatura na
entrada.
Segundo ela, o local, que também funciona como hamburgueria
e casa de sushi, atende com mesas por reservas, mas no decorrer da noite
haveria dificuldade de controlar as pessoas para que sigam sentadas. Situação
semelhante ocorreria no uso da máscara, conforme a empresária.
– Entendemos todas as críticas feitas, a gente leva em
consideração, não nega o que aconteceu, mas ao mesmo tempo a gente abre dentro
do que pode, porque ou é isso ou realmente fechar as portas e demitir todo
mundo, e sustentamos muitas famílias – afirmou.
Ela argumenta que o local ficou mais de um ano sem abrir,
tentando operar no sistema delivery, mas que o formato não cobriria nem 10% dos
custos fixos.
– A gente não obriga ninguém a estar aqui. Simplesmente
oferecemos um ambiente diferenciado, com reservas, e inclusive fizemos isso
porque tomou uma proporção grande. Se tivéssemos deixado daria 700, 800
pessoas, e a gente entende que não é momento para isso – alegou.
Campos Novos registrava 114 mortes e por Covid-19 até este
domingo, segundo dados do governo do Estado.
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