O mundo todo acompanha a tragédia que aconteceu no Líbano ontem, 04, em que uma explosão na região portuária de Beirute deixou mais de 100 mortos e cerca de 4 mil feridos. A suspeita da causa é o Nitrato de amônio, substância que já foi responsável por tragédias na França, na China, nos Estados Unidos e aqui no Brasil, mais precisamente em Santa Catarina.
Apesar da divulgação deste evento, na época, como "incêndio químico", não haviam chamas ou fogo, mas sim uma reação química de decomposição autossustentável.
Na ocasião os moradores da cidade precisaram evacuar o local, inclusive os pacientes de um hospital, tamanho risco provocado pela reação. Mais de 150 pessoas foram hospitalizadas em Santa Catarina, devido a intoxicações e mais de 10 mil, em sete bairros do município, foram atingidas pela fumaça.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontou que a fumaça de São Francisco do Sul chegou ao litoral sul de São Paulo.
Em Santa Catarina a situação foi controlada no dia 27 de setembro, utilizando técnicas para resfriamento do galpão - que chegou a 265 graus de temperatura, com a participação de 200 bombeiros, entre outras instituições.
Semelhanças e diferenças nas ocorrências
O incidente químico de Santa Catarina é comparável ao que ocorreu em 21 de setembro de 2001 em Toulouse, na França, por conta da forma inicial, apenas com a reação química, sem interferência de outro incêndio. Nos dois casos o aumento da temperatura, combinado com a reação química foi o que gerou a situação, em Santa Catarina a situação foi controlada antes que houvesse a explosão, o que não aconteceu na França.
No Líbano a carga de 2.750 toneladas de Nitrato de amônio era pura, o que potencializou a reação e a explosão, bem como a alta temperatura de um incêndio próximo. Em Santa Catarina era um composto, à base de Nitrato de amônio, com cerca de 60% da substância, porém com outros produtos misturados.
No caso do Líbano, se for confirmada a hipótese do Nitrato de amônio, não teria ocorrido a explosão se não houvesse o incêndio no depósito de fogos de artifício.
O material além de ser utilizado na fabricação de fertilizantes, também é um importante insumo no fabrico de explosivo.
Depósitos não são ocupações comerciais
Os depósitos se constituem em uma ocupação específica e precisam seguir as normas segurança contra incêndio e pânico, apresentando os sistemas preventivos, como extintor de incêndio, saídas de emergência, sistema hidráulico preventivo, sistema de alarme, sinalização para abandono de local, iluminação de emergência nos ambientes de circulação e em alguns casos sistemas de chuveiros automáticos para combate a incêndios. Além disso, neste caso, caberia a empresa ter uma brigada de incêndio.
É preciso ter ainda um atestado de vistoria para funcionamento.
Créditos:
Texto: Melina Cauduro - Jornalista
Fotos: Divulgação/CBMSC
Portal Correio Camponovense
"A informação na hora Certa"
0 Comentários