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Explosão no Líbano pode ter sido causada por Nitrato de amônio, como em incidente químico de Santa Catarina em 2013


O mundo todo acompanha a tragédia que aconteceu no Líbano ontem, 04, em que uma explosão na região portuária de Beirute deixou mais de 100 mortos e cerca de 4 mil feridos. A suspeita da causa é o Nitrato de amônio, substância que já foi responsável por tragédias na França, na China, nos Estados Unidos e aqui no Brasil, mais precisamente em Santa Catarina.


Relembre o incidente químico


Em terras catarinenses os estragos foram estruturais e a ocorrência - um fato inédito até então - aconteceu no dia 24 de setembro de 2013, em São Francisco do Sul. Neste dia uma carga de fertilizante à base de Nitrato de amônio sofreu uma reação de decomposição autossustentável, em um galpão e provocou uma enorme nuvem de fumaça tóxica. No local estavam armazenadas cerca de 10 mil toneladas de fertilizante em grãos. Foram necessários três dias de combate, em que foi evitada uma possível explosão.

Apesar da divulgação deste evento, na época, como "incêndio químico", não haviam chamas ou fogo, mas sim uma reação química de decomposição autossustentável.

Na ocasião os moradores da cidade precisaram evacuar o local, inclusive os pacientes de um hospital, tamanho risco provocado pela reação. Mais de 150 pessoas foram hospitalizadas em Santa Catarina, devido a intoxicações e mais de 10 mil, em sete bairros do município, foram atingidas pela fumaça.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontou que a fumaça de São Francisco do Sul chegou ao litoral sul de São Paulo.

Em Santa Catarina a situação foi controlada no dia 27 de setembro, utilizando técnicas para resfriamento do galpão - que chegou a 265 graus de temperatura, com a participação de 200 bombeiros, entre outras instituições.

Semelhanças e diferenças nas ocorrências


Em ambas situações a substância estava armazenada em uma região portuária e a espessa fumaça pode ser avistada de longe, com uma coloração alaranjada. Também nos dois casos os locais estavam irregulares, o que traz ainda mais risco aos cidadãos.

O incidente químico de Santa Catarina é comparável ao que ocorreu em 21 de setembro de 2001 em Toulouse, na França, por conta da forma inicial, apenas com a reação química, sem interferência de outro incêndio. Nos dois casos o aumento da temperatura, combinado com a reação química foi o que gerou a situação, em Santa Catarina a situação foi controlada antes que houvesse a explosão, o que não aconteceu na França.

No Líbano a carga de 2.750 toneladas de Nitrato de amônio era pura, o que potencializou a reação e a explosão, bem como a alta temperatura de um incêndio próximo. Em Santa Catarina era um composto, à base de Nitrato de amônio, com cerca de 60% da substância, porém com outros produtos misturados.

No caso do Líbano, se for confirmada a hipótese do Nitrato de amônio, não teria ocorrido a explosão se não houvesse o incêndio no depósito de fogos de artifício.


Sobre o Nitrato de amônio


A substância se apresenta como pó ou grânulos solúveis e não deve ser aquecida. Quando exposto a temperaturas acima de 280 graus Celsius as reações podem resultar em uma explosão.

O material além de ser utilizado na fabricação de fertilizantes, também é um importante insumo no fabrico de explosivo.


Sistemas Preventivos são essenciais nestas situações


É de extrema importância frisar que em São Francisco do Sul não haviam sistemas preventivos e nem liberação junto ao Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) para o funcionamento do galpão. Isso quer dizer que a ocorrência poderia ter sido minimizada em caso de regularização.

Depósitos não são ocupações comerciais

Os depósitos se constituem em uma ocupação específica e precisam seguir as normas segurança contra incêndio e pânico, apresentando os sistemas preventivos, como extintor de incêndio, saídas de emergência, sistema hidráulico preventivo, sistema de alarme, sinalização para abandono de local, iluminação de emergência nos ambientes de circulação e em alguns casos sistemas de chuveiros automáticos para combate a incêndios. Além disso, neste caso, caberia a empresa ter uma brigada de incêndio.

É preciso ter ainda um atestado de vistoria para funcionamento.

Créditos:
Texto: Melina Cauduro - Jornalista
Fotos: Divulgação/CBMSC


Portal Correio Camponovense

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