O fenômeno La Niña está atuando intensamente na região sul do Brasil e os períodos de estiagem causam perdas aos agricultores desta região. Com o início das colheitas de trigo e culturas forrageiras na região de atuação da Copercampos, especialmente no Rio Grande do Sul e Alto Vale do Itajaí, a equipe do Departamento Técnico avalia que a produção deve ser de no mínimo 25% menor do que estimada no andamento da safra.
Na região de Campos Novos/SC, por exemplo, a precipitação pluviométrica está muito abaixo da média histórica. Segundo dados da Estação meteorológica automática de Campos Novos da Epagri/CIRAM, neste mês de outubro, por exemplo, a precipitação acumulada é de 13,4 milímetros. Segundo a Meteorologista Thays Camassola, o mês de outubro, de acordo com a Climatologia, é o mês com maior volume pluviométrico em Campos Novos. Na média histórica, há um déficit de -228,6 mm no mês.
De julho a outubro – até o dia 20/10 –, observando informações para a safra de inverno, foram 384,8mm. Na média histórica, seriam 772,6mm.
Em Campos Novos, muitas áreas com trigo estão ainda em fase reprodutiva e enchimento de grãos e o déficit de água é visível. De acordo com o Gerente de Assistência Técnica da Copercampos, Eng. Agrônomo Marcos Schlegel, as áreas semeadas mais no cedo, devem ter uma produção melhor. “A falta de chuvas, especialmente no período de floração e enchimento de grãos do trigo, e também das culturas forrageiras, impactará muita na produção destas culturas. Estimamos já, uma queda superior a 25% na produção de trigo. A colheita da cultura deve acontecer no início de novembro em nossa região, mas em avaliações já realizadas por nossa equipe técnica, constatamos que o grão não está se formando bem por falta de água para as plantas. Além do trigo, as aveias preta e branca e azevém, terão produção menor do que a estimada”.
As culturas de milho e soja também estão sofrendo com o período de seca. O plantio de soja, por exemplo, que iniciou em outubro, parou. Cerca de 10% da área da oleaginosa em Campos Novos está semeada, podendo ocorrer replantio de algumas áreas. 96% da área total de milho já foi plantada na região. “Nossos associados iniciaram o plantio de soja aguardando chuvas que estavam marcadas, mas como elas não ocorreram, estes e os demais agricultores seguraram o plantio. As áreas implantadas estão sendo prejudicadas, pois as sementes germinaram e precisam de água para se desenvolver. Já na cultura do milho, as plantas encontram-se em estádio até V6 e também estão sendo impactadas negativamente com a falta de chuvas. Temos previsões de chuvas mais significativas para a região, somente a partir de 04 de novembro”, explica Marcos Schlegel.
Não há como estimar perdas em produtividade com as culturas, porém, especialmente no milho, há perdas financeiras devido a aplicações de Nitrogênio. “Os produtores realizaram aplicações esperando as chuvas e com a falta desta, houve perda deste insumo, elevando os custos com a cultura”.
Com o clima seco, o manejo de dessecação de plantas daninhas também é afetado. Segundo o Eng. Agrônomo, a falta de umidade no solo, impede a aplicação de herbicidas para manejo de dessecação das áreas. “Com isso, podemos ter um atraso no plantio de áreas que ainda serão dessecadas para plantio de soja”, destaca ainda.
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